quarta-feira, 11 de maio de 2011

O que fazer quando se odeia um emprego?



Vou mudar um pouco o assunto do blog aqui.

Odiar um emprego ...
Há algum tempo eu não sei o que é isso. Graças aos Céus!
Estou me dedicando a mudar de carreira. Cansei do administrativo. Cansei!
Estou ouvindo quase que constantemente pessoas ao meu redor reclamarem de seus emrpegos, de seus patrões, gerentes. Pessoas que acordam sem um pingo de motivação.
Andei lendo alguns blogs a respeito. Alguns (a maioria) mostram o ponto de vista dos patrões e outros mostram o ponto de vista dos funcionários.
O que fazer nessas situações? Difícil decidir.

Na minha história de vida posso dizer que já odiei dois empregos. Ódio mortal mesmo.
De dar dor de barriga, queda de cabelo, urticária, depressão, sudorese ... e um profundo mau humor ou apatia mesmo.
Hoje quando o tempo me permite avaliar de longe pelo o que passei posso tirar conclusões não tão alarmistas ... mas mesmo assim preocupantes.
Acho que quanto mais nos especialisamos ou obtemos conhecimento mais nos tornamos autocríticos e exigentes. Claro, a idade também ajuda. Por que eu não me lembro de odiar meus primeiros empregos, que também eram horríveis. Eram primeiros empregos, eu não tinha experiência nem postura profissional.

Meu primeiro emprego odiado não foi odiado desde o princípio.
Foi odiado por dois motivos: a postura do meu chefe e a postura de alguns colegas de trabalho.
Após subir de cargo por mérito próprio fui parar num setor com um chefe galinha metido a galã. Isso mesmo. Eu era carne nova no pedaço e ele achou que "tava" com tudo. Vendo que eu estava irredutível ele me negou meu aumento merecido achando que assim eu teria mais motivos pra cair no papo furado dele.
Ele fez coisas horríveis comigo. Tentou de tudo. Até me mandar ir trabalhar aos sábados, sozinha com ele, ele me mandou. Quando viu que nada aconteceria, desistiu. Mas começou a me humilhar. A me perseguir.
Sabe desses chefes grudentos que quando chegam de manhã gostam de dar três beijinhos em todas as mulheres? Vivia achando motivo para tocar a mulherada. Nem que fosse no ombro. Na cintura. Odeio isso.
Enfim, com um novo cargo mas salário baixo (diga-se de passagem salário mais baixo que o antigo cargo visto que no antigo eu ganhava comissão) eu me desmotivei muito.
O que terminou de me desmotivar foi quando chegou meu aniversário. Quando entrei na empresa havia acabado de fazer aniversário. E participava de todas as "vaquinhas", de todas as contribuições dos outros aniversariantes. No meu aniversário poucas foram as pessoas que ao menos se dirigiram até a minha mesa para me parabenizar. E eu juro que era ( continuo sendo) uma pessoa agradável. Isso foi a gota d'agua pra mim. Sabe quando você está pra baixo, carente e qualquer coisa magoa? Eu estava assim.
Alguém pode estar se perguntando - Por que essa criatura não reclamou com alguém sobre o chefe? Eu reclamei. Mas o que eles poderiam fazer por mim era me mudar de setor assim que uma vaga surgisse. Eu não consegui esperar. Se arrependimento matasse eu não teria aceitado a promoção.
Outra pergunta: -Se você era tão amável por quê as pessoas não te parabenizaram? Bem, é uma longa história. Quando fui promovida eu passei a fazer parte de uma equipe concorrente. E as antigas colegas ficaram ressabiadas. Assim como as novas.
Saí de lá. Superei. Não joguei m.... no ventilador não. Pedi pra sair com uma desculpinha esfarrapada. E saí na boa. A empresa era ótima. O problema era meu supervisor mesmo.

Meu segundo emprego odiado foi odiado desde a terceira semana. Pois é.
Eu precisava muito trabalhar. Havia mudado de cidade por conta do meu casamento. E poucas eram as pessoas que estavam a fim de contratar alguém de fora. Agarrei essa chance com unhas, dentes, braços e pernas.
Era uma empresa pequena, ao contrário da outra odiada.
Foi pelo motivo de não estar encontrando emprego que tive que permanecer na empresa longos 11 meses.
Meu patrão era um ser chucro, ignorante, recém endinheirado. Perceberam?
E ainda metido a galã (owww sina essa minha). Mas nunca deu em cima de mim não.
Mas era chucro e mal educado. O filho dele que cuidava antes de tudo era também chucro. Não sabia usar o Excell. Fazia os cálculos todos na mão, na calculadora. Qualquer coisa que eu fazia no pc era motivo de espanto para todos.
Sabe desses chucros endinheirados sem paciência? Sem cultura? Ele não entendia nada. E antes de pedir explicação começava a gritar. Era histérico. Isso me irritava sempre. Ele não acreditava que o Excell pudesse fazer as "continhas" das comissões todas certas, sem erro. E por isso me fazia calculá-las todas na calculadora, ao lado dele. Pois é! Pois é! Pois é!
E na elaboração de e-mails era pior ainda.  Ele gritava muito. Ele não aceitava haver mais de dois modos de se fazer as coisas. Tudo piorou quando ele comprou um Nextel. Ele não tinha coordenação motora para apertar o botão, falar pausadamente e SEM GRITAR. Tirar o dedo do botão e esperar minha resposta.
Eu cuidava da contabilidade da empresa e da casa dele. Era pra ligar no pet shop? Eu. Pedir gás? Eu. Pedir galão de água? Eu. Fazer a lista e a cotação do churrasco do filho dele? Eu. Fazer o dever de caso do filho dele? Eu. Ligar no salão marcar/desmarcar o horário da mulher dele? Eu.
Sabe quando o patrão acha que te pagar R$ 600,00 é muito? E olha que ele gastava quase isso com os dois cachorros dele. Quando eu entrei o combinado foi trabalhar de segunda à sexta e receber o dinheiro do transporte. No segundo mês ele já veio dizendo que estava ficando pesado pagar o meu transporte.
E tinha mais: terrorismo emocional. De todas as formas possíveis. Ele me mandou ir ao sábado na empresa várias vezes. Por quê? Pra não fazer nada. Só pra mostrar para os parentes dele que ele tinha uma funcionária gostosa e inteligente. E eu? Fico como? Com a faxina atrasada, é claro.
Bom, até que um dia (dia de eclipse solar e eu estava à flor da pele) ele veio com o terrorismo emocional dele. " ... Sabe Fada, muitas de nossas decisões não são decididas do dia pra noite. Elas são repensadas. Calculadas. Assim é com casamento, com emprego. Se teu marido pedir divórcio hoje não será uma decisão tomada ontem. Quer dizer que ele já vinha pensando nisso ... o mesmo acontece com tudo. ..."
Ele iria dar sequência. Quando eu disse: "Pois é Sandro. Falando em decisões pensandas e repensadas eu quero sair."
O homem ficou branco. E depois vermelho, de raiva. Pois acredito que ele não queria me mandar embora (funcionária boa, barata, pontual e de confiança, eu até cuidava da casa deles quando viajavam) ele só queria exercer o poder autorítário sobre mim.
A minha vingança veio mais tarde ... quando a moça que ele tinha escolhido pra me substituir começou a fazer pirraças. Ela chegou a sair pro almoço, voltar e sair logo em seguida (sem avisar, sem pedir permissão) para ir à manicure pois no sábado ela não teria tempo. Ela faltava horrores. Saia de tarde pra ir a padaria e demorava a vida toda. Quem me contou isso tudo foi a mulher do meu ex patrão.



O que aprendi com isso tudo?
Que HOJE eu não fico mais num emprego que não me respeite como ser humano.
Não aceito palavrões. Não aceito gritaria.
Ser pressionada, ser exigida, cobrada ... é uma coisa. Mas ser explorada, subjulgada ... isso eu não tolero mais.

Então o que fazer quando se odeia um emprego?
Verificar por quê se odeia o emprego. E o que se odeia no emprego.
Odeia o cargo? Odeia a empresa? Odeias seus colegas? Odeia seu chefe? Odeia seu patrão? Odeia trabalhar aos sábados? Odeia ser a mais cobrada? Odeia ser a que recebe menos?
Se perguntar: É passageiro ou permanente?
Depois tentar responder com sinceridade: Isso pode ser mudado? Como?
As vezes a saída é mudar de setor. De empresa. Infelizmente. 

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