segunda-feira, 30 de maio de 2011

Mais de um patrão. O que fazer?

Dois patrões. Ou mais. O que fazer?
O que fazer quando se tem mais de um patrão numa mesma empresa ou trabalha numa empresa onde todos querem mandar?
Quem já trabalhou num lugar assim sabe o inferno que é. Principalmente quando as ideias ou ordens superiores são diferentes.
A questão principal não é escolher a mais importante ou a mais urgente, na maioria das vezes, mas sim: De quem você vai escolhe levar bronca??
Sim, sim, meu caro leitor. Porque cada qual empresta a si uma  importância quase titânica. E pior, sem um “Zeus” pra colocar ordem em tudo.
Geralmente em empresas assim existe o “caos”. Pode até existir um “caos organizado” mas, os funcionários em questão vivem um stress constante.
Nem toda empresa familiar ou com vários patrões é assim. Alguns têm a maturidade de decidir/opinar entre eles mesmos. E longe do olhar curioso dos funcionários. E então diante de duas ordens controversas há a possibilidade de se argumentar. E você não precisará se colocar na linha de fogo.
Ou as ordens já vem "prontas" sem a necessidade de inflingir qualquer regra ou norma. Ou ainda cada patrão tem seu domínio: faturamento, comercial, financeiro ... e se limita a ele. Pelo menos na frente dos funcionários.
É muito chato quando o patrão nos aborda questionando sobre alguma ação ou atitude que foi mandada por outro patrão. Ainda mais quando aquele contraria a ordem deste.  Obedecer a quem?
Aí, não espere de mim respostas prontas pois depende muito da ocasião, dos assuntos envolvidos e é claro dos patrões.
Mas na maioria das vezes só resta a você decidir uma coisa:
De quem você vai escolhe levar bronca??



domingo, 29 de maio de 2011

Depto. Pessoal Incompetente

Numa empresa onde trabalhei o Depto. Pessoal era tão preguiçoso que tinha preguiça de digitar os avisos no Word, imprimir e colar nos editais. Ela (era uma mulher) escrevia à mão. Era tão tosco, uma empresa grande, com aqueles avisos escritos à mão. Por vezes com erros ortográficos gritantes. E como a empresa tinha vários editais (uns 5 no total) ela precisava fazer vários avisos à mão.
Ninguém podia com ela. Geralmente Depto Pessoal se acha acima de tudo e todos numa empresa.
Um dia acabei explodindo e falando o que devia e não devia. Oras, esse setor de trabalho havia me prejudicado.
Quando entrei, após algumas semanas de trabalho foi solicitado que eu começasse ir aos sábados. E fui. Entrava às 9h e saía às 15h.
Trabalhei 1 mês e meio e não recebi a hora extra. Ninguém me falou que eu precisava solicitar permissão do Depto Pessoal para fazer hora extra. E inclusive por duas sextas ela me ouviu dizendo e participou da conversa onde eu falava desse trabalho de sábado. Essas horas deveriam constar numa planilha à parte para eu poder recebe-las.
Outro problema foi que eu não sabia que a empresa teria que me dar o vale transporte desses sábados trabalhados. Eu só comecei a receber no terceiro mês de trabalho. Isso porque eu fui na sala da bonita solicitar (após um colega me instruir). Ela claro, sabia que isso era norma, mas como eu não tinha solicitado ela achou que eu não precisava.
Ainda outro erro foi quando um dia, no meio da tarde, uma inflamação da amidalas resolveu me visitar. Inflamou de uma hora pra outra, dando febre e tudo. Precisava de remédio. Mas não tinha mais que R$ 5,00 no bolso. Pedi para alguns colegas de trabalho e eles também não tinham nada. Resolvi apelar para a minha gerente. Quando pedi os R$ 15,00 emprestado para comprar os dois remédios ela fez uma cara assim de não entender e soltou essa: “Ué? Você extrapolou seu limite da farmácia??” Eu não sabia o que responder. Daí ela me perguntou porque eu não pedia pelo convênio. Que convênio??? – Perguntei eu. Eu já estava há sete meses na empresa e o Depto Pessoal nunca havia me falado nisso. Minha gerente me levou até o Depto Pessoal, deu uma esfregada na bonita. A bonita ficou sem jeito. Mas não se emendava.
Nessa empresa quando entrei não foi me passado várias coisas pelo Depto Pessoal, são essas coisas:
- Convênio com Farmácia
- Convênio Médico (havia 3 especialidades de médicos que atendiam os funcionários da empresa somente às quarta-feiras por um valor simbólico de R$ 30,00)
- A empresa oferecia café da manhã para quem chegasse até as 7h45min (eu só fiquei sabendo disso no terceiro mês. As pessoas me achavam metida porque não participava do café da manhã.
- A entrada de funcionários era feita por um portão lateral. E este era fechado exatamente às 8h. O que me causou transtorno no primeiro dia pois eu fiquei esperando a recepção abrir. Daí a recepcionista precisava de uma autorização para me deixar entrar. E lá se foram 20 min. E esse atraso é feio no primeiro dia. A bonita simplesmente esqueceu de me avisar sobre isso.
- As questões das horas extras
- As questões do vale transporte aos sábados e domingos
Isso comigo. Por que com outras pessoas ocorreram fatos diversos.
E olha, a mulher trabalhava nisso há quase 20 anos. Mais de 10 só nessa empresa.



sábado, 28 de maio de 2011

Nós te ligaremos ... [Ou não] (parte II)

Nós te ligaremos ...  (parte II)
Uma das coisas mais sem sentido, pelo menos pra mim, é receber uma ligação da empresa dizendo que eu não fui aprovada para a vaga. As vezes isso ocorre via e-mail. Acho que a pessoa não tem a coragem devida para me ligar e decide enviar um e-mail agradecendo minha presença na seleção (coloque aí o plural) mas que infelizmente, por hora, eu não seria contratada. Por telefone a coisa é mais informal mesmo. E nessas  horas eu fico com vergonha alheia ... pela pessoa do outro lado.
Isso é necessário mesmo? Digo, ligar para a pessoa avisando que ela não passou na entrevista?
Quando nas entrevistas a pessoa chegava a comentar dessa ligação eu sempre recusava. Dizia que eles não precisariam me ligar não caso de não ser a escolhida. Não vejo sentido nisso. Se passar duas semanas e a empresa não me ligar já sei que fim levou. Perdi tempo, dinheiro, maquiagem e etc. Bola pra frente.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Nós te ligaremos. [Ou não]

Continuando a falar sobre as peripécias que as empresas constumam fazer ...

Quando a empresa diz: Nós te ligaremos.
Na verdade essa frase deveria ser assim: Nós te ligaremos. Ou não.

Não entendo o porquê após alguma entrevista a pessoa insiste em dizer uma barbaridade dessas: Nós te ligaremos.
Ainda mais quando ela não tem autonomia pra decidir niente ... nem a marca do papel higiênico.
Isso só ajuda a causar mais frustração. No meu caso: raiva.
O certo seria a pessoa dizer: “Decidiremos sobre esta vaga até o final desta semana. Se não te ligarmos até terça-feira é porque não deu certo.” Ponto final. Morreu o assunto. Se não te ligarem até a bendita terça é por que você não foi o escolhido.
Pior também é quando garantem que vão te ligar. A vaga já está hipotéticamente preenchida por você (porque alguém lhe disse, óbvio, e não porque você simplesmente acha). Que sai feliz da vida e até arrisca a olhar vitrines. Ficam de ligar para combinar o primeiro dia de trabalho.  E não ligam. Passam dias e dias. Daí você fica sabendo que contrataram outra pessoa. Então, por que mentir dessa maneira?
Eles não têm obrigação alguma de te empregar mas também não precisar mentir dessa maneira. Não sei o que pode ser pior em se tratando de empresa: mentir ou se enganar. Porque pode ser que eles se enganaram por um momento. Ou se precipitaram ao te contratar. Não sei.
Não sei o que me causa mais prazer. Ser a primeira opção na contratação ou ser a segunda ou terceira opção depois que a(s) opção(ões) anterior(es) desistiu(ram).  Quando acontece isso a receptividade na empresa chega a ser outra. Eles querem que você fique. Agora é questão de honra. Adoro. E ainda dou uma esnobada ao telefone. Finjo que não sei qual é a empresa, etc. As vezes eu não lembrava mesmo, confesso.
A questão é que eu nunca disse que aceitaria um emprego e mudava de ideia sem dar um retorno à empresa.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Vagas Sigilosas





Muitas pessoas têm medo de escuro.
Outras têm medo de fantasmas.
Eu tenho medo de várias coisas, uma delas é da tal vaga de emprego sigilosa. Seja sigilo da empresa, seja sigilo da vaga/função. Não sei qual é pior. Ah, sim! Pior é quando os dois ao mesmo tempo são sigilosos.

Eu já tive o azar de concorrer cinco vezes à essa modalidade empregatícia obscura.
Eu tenho várias teorias não fundamentadas sobre essa modalidade.

Uma delas é que a empresa é tão ruim, tem uma fama tão depreciativa que se ela se identificar no jornal, no site, na agência recrutadora ninguém vai querer concorrer. Onde moro existem pelo menos três empresas desse naipe. As pessoas só aceitam emprego nelas como última escolha. E olhe lá.

Outra teoria é que a empresa se acha. Talvez essa seja a teoria mais fraquinha. Mas mesmo assim ela ainda é válida e ainda não foi contestada.

Outra teoria, e essa é mais aceita pelos meus amigos, é que a empresa pretende demitir alguém que exerce certo cargo/função importante e não podem ficar sem uma pessoa nesse cargo. Contudo a empresa não têm a ombridade de chegar nessa pessoa e demiti-la para aí sim contratar outra pessoa. A empresa quer ter a certeza de ter alguém antes de demitir esse funcionário. Aí apela-se para vagas sigilosas. Confesso que nunca mandei currículo para vagas assim quando estas apareciam no jornal. Eram mais ou menos assim:
"VAGA SIGILOSA
Empresa de grande porte conceituada no ramo contrata pessoa com formação e experiência na área administrativa para trabalhar no setor comercial. Interessados enviar currículo com foto para recruta008@hotmail.com"


Eu tinha/tenho medo dessas vagas. Vai saber se é empresa mesmo. Sei lá né, tem maluco pra tudo nesse mundo. OU vai que eu mando currículo para a empresa e cargo para qual trabalho? rsss. Já pensou? Seria hilário. kkkkkkkkkkkkkkkkk

Das cinco vagas misteriosas a que fui na entrevista duas delas eram para cargos nos quais as pessoas neles seriam demitidas assim que alguém fosse contratado ou assim que alguém tivesse coragem para demiti-las.
Uma dessas entrevistas ocorreu num escritório de advocacia a pedido do dono da empresa. E quem fez a entrevista foi uma amiga do dono da empresa. Olha só: Havia uma web cam filmando tudo. E o dono da empresa estava do outro lado assistindo tudo. Super sinistro. Meio filme americano. Aquela advogada com um papel em mãos com perguntas, ela lia e me fazia as perguntas. Muito simpática. Aquele escritório de advocacia encarpetado, aquela imagem da Justiça, aquela estante enorme cheia de livros. Coitada. ela também era uma cobaia.

Outra dessas entrevistas ocorreu numa agência recrutadora. Fui selecionada para a vaga a princípio pela psicóloga da agência. Cheguei lá e ela simplesmente disse: "Selecionamos seu currículo para uma vaga numa empresa no setor X. Por enquanto não podemos dizer o nome da empresa. É para trabalhar no setor de faturamento." Me passou o horário de trabalho e o salário inicial. E disse que se meu currículo passasse na avaliação eles me ligariam de volta. Bem, ninguém ligou. E não fiquei sabendo para qual empresa era.

Um amigo também participou de uma entrevista sigilosa. A entrevista seria após o horário comercial Sinistro. Seria às 18h30 num escritório comercial. Ele foi até lá levando currículo e demais documentos. Havia uma psicóloga no local que fez uma breve entrevista, fez algumas anotações no próprio currículo e disse que a vaga a princípio era sigilosa a pedido do dono da empresa. Ele não entendeu nada, perguntou se a empresa era da cidade, só isso. A tal psicóloga disse que não poderia responder. Enfim. Ele também não passou no teste pois não ligaram para ele de volta.

Mas uma coisa é certa.
Vaga sigilosa não é sinônimo de vaga boa, de empresa boa, de salário bom. Não, não.
E geralmente é sinônimo de encrenca.
Porque se a empresa é grande ou tenta ser organizada provavelmente tem Dpto. Pessoal e/ou RH então por quê é o próprio dono ou outra pessoa que está fazendo essa seleção????
Ou, por quê fazem tanta questão de sigilo?

Fique ligado!
Provavelmente você ocupará o lugar de algum queridinho do depto. pessoal e/ou RH. Grandes chances dessa pessoa ser parente.
Ou ser parente/amigo de qualquer outra pessoa (de conceito) dentro da empresa.
Ou mesmo ocupar o lugar do próprio Depto Pessoal e/ou RH.
Tenso!
E se essa pessoa for querida na empresa você, pelo menos a princípio, será odiado.

No mais se você não tem medo de enviar seu currículo para essas vagas de jornais e revistas tenha pelo menos a inteligência de retirar seus dados pessoais como endereço e números de documentos. Afinal existe louco pra tudo. 

E se você foi contratado para uma vaga sigilosa e não foi nada disso que escrevi aqui deixe seu depoimento. Assim saberemos que alguém  lê esse blog e que as coisas que falo não têm sentido. rss 




quarta-feira, 25 de maio de 2011

Maioria dos 40,2 milhões de assalariados em empresas não têm nível superior

Uma notícia dessa não me espanta. Aliás, me dá medo a longo prazo.
Primeiramente as pessoas não veem grandes motivos para investir num nível superior já que se elas avaliarem o custo/benefício vendo alguns colegas de trabalho saberão que eles não ganham tão mais assim. Ajuda muito, não a subir dentro de uma empresa, mas sim na hora de procurar um emprego qualquer.
Segundo, nível superior não é sinônimo de competência e inteligência. Fato. E em alguns cargos/funções realmente não é tão importante assim ter o tal curso superior. Melhor mesmo ter ética e profissionalismo. E vontade de aprender e fazer certo.
Terceiro ponto, essa banalização de que você só será alguém se tiver nível superior me aborrece. Conheço muitas pessoas inteligentes e cultas que não fizeram uma faculdade ou não ingressaram num MBA ou mestrado. Aí é questão de cultura mesmo. Da pessoa querer aprender. Também conheço muitas pessoas com nível superior que são verdadeiras antas.
Quarto ponto. Daí o governo e seus miquinhos amestrados lêem uma notícia dessa e resolvem avacalhar com o ensino superior (leia-se avacalhar mais ainda) abrindo mais vagas, abrindo mais faculdades sem a mínima condição ou preocupação com a qualidade. Eles devem pensar: “Vamos aumentar a quantidade e depois vemos o que se pode fazer na qualidade”. Então vemos pessoas formadas nas mais diversas áreas pecando no mais básico. Cometendo erros grotescos. Daí a culpa é apenas do professor. 
Se investissem num ensino básico de qualidade muitos problemas posteriores seriam resolvidos. E ensino básico de qualidade começa sim na formação de um bom professor, que por sua vez necessitou de um bom ensino básico. Essa boa formação acadêmica do professor é feita numa boa universidade. Uma universidade preocupada com a qualidade desse futuro professor. E não apena$ preocupada com número$ e quantidade de aluno$ matriculado$.
Então vemos os recrutadores e Deptos. Pessoais zombando de candidatos (muitas vezes com diploma de nível superior) que não sabem quanto são 3 dúzias e meia, quantos metros tem em 1 km, que não sabem calcular sem calculadora 25% de R$ 100,00.
Zombam com razão? Tenho algumas dúvidas.
Uma delas é: Será que eles mesmos saberiam? Será que o cargo a ser ocupado realmente necessita desse tipo de conhecimento? Não sei. Mas sei que investindo num ensino básico de qualidade essas zombarias acabariam.

Este texto foi baseado nesta notícia:
http://www1.folha.uol.com.br/mercado/920581-mais-de-80-dos-assalariados-em-empresas-nao-tem-nivel-superior.shtml

terça-feira, 24 de maio de 2011

As empresas de recrutamento. Parte I







Tornou-se moda ou necessidade a existência e a consulta às empresa de recrutamento. Tanto da parte da empresa quanto do trabalhador.

De certa forma creio que seja mais fácil para ambos. Mas talvez não eficiente. Também para ambos.
Do ponto de vista da empresa existem diversas divergências. Algumas são reais por falta de esclarecimento, ou seja, uma boa conversa. Não são passados alguns pontos, algumas preferências. Ou se são passados são ignorados pelas agências recrutadoras. Cansei de ser encaminhada por agências e quando estou na entrevista sou recebida com um olhar descrente. Me encaminharam "às cegas" numa tentativa inútil de acertar o alvo no escuro. A empresa contratante necessita de alguém formado em Ciências Contábeis. E fez essa exigência. Ou não. Isso existe também. A empresa contratante "esquece" de passar todas as exigências então quem fica com cara de pastel e perde tempo e dinheiro somos nós: entrevistados.

Quando citei a necessidade de ser formada em Ciências Contábeis foi porque isso aconteceu comigo. Cheguei num edifício, oitavo andar, sala 803. A exigência era essa formação. A dona da empresa faltou me atirar pela janela. Eu precisei acalma-la. Disse-lhe que não haviam me informado dessa exigência e que se tivessem me avisado eu não teria perdido tempo e dinheiro indo até a empresa, até porque trabalhar nessa área também não me interessa. A vontade que eu tinha era de ligar na agência e soltar o verbo. Mas não fiz isso já que a dona dessa empresa disse que faria ela mesma. Aliás, eu era a terceira candidata que eles enviavam sem a tal formação exigida.

Mas eu fico aqui pensando: "Será que as empresas realmente passam tudo para as agências recrutadoras?"
Minha resposta sem embasamento científico é: "Não!"
Eu já cheguei a ser encaminhada por outra empresa para outra vaga e chegando na entrevista o dono da empresa queria alguém formado em ADM. Eu lhe disse que a moça da agência não mencionou isso e que se mencionasse eu com certeza não estaria ali. Saindo na empresa eu voltei na agência e conversei com a psicóloga que havia me encaminhado. Ela jurou que ninguém havia mencionado a exigência de ser ou estar cursando administração. E que ela ligaria naquele momento na empresa. E ligou. Na minha frente, e realmente alguém da empresa esqueceu de dar essa informação tão preciosa. Esqueceu? Ou achava que não era necessário?

Já cheguei a dar dicas nas agências onde procurei trabalho. Concordo que sair muitas vezes para procurar um mesmo emprego é frustrante. Mas mais frustrante ainda é ter que olhar para a feição desapontada dos deptos pessoais e RHs quando se deparam com um currículo que não atende as necessidades mínimas exigidas por eles. Então eu sugeri que os currículos fossem encaminhados pela própria agência recrutadora e que se avaliados e aprovados pela empresa fossemos então chamados para entrevista. Isso economizaria esse olhar de cara feia e muitas outras coisas. Pois nada garante que quando você chegasse na empresa encaminhado pela agência eles te atenderiam prontamente. Já aconteceu de eu me deslocar léguas até a agência, depois me deslocar léguas até a empresa para ali só deixar meu currículo e o encaminhamento para dois dias depois voltar lá para entrevista.

Então durante essas entrevistas eu perdi e inibição e passei a fazer perguntas também. Não é só a empresa que tem que decidir se me quer. Eu tenho que decidir se eu a quero também.

Não me arrisco mais a entrar num emprego onde exigiam algo que eu não pudesse ser ou ter.
Já me arrisquei, agora não mais. Não vale a pena.




quarta-feira, 11 de maio de 2011

O que fazer quando se odeia um emprego?



Vou mudar um pouco o assunto do blog aqui.

Odiar um emprego ...
Há algum tempo eu não sei o que é isso. Graças aos Céus!
Estou me dedicando a mudar de carreira. Cansei do administrativo. Cansei!
Estou ouvindo quase que constantemente pessoas ao meu redor reclamarem de seus emrpegos, de seus patrões, gerentes. Pessoas que acordam sem um pingo de motivação.
Andei lendo alguns blogs a respeito. Alguns (a maioria) mostram o ponto de vista dos patrões e outros mostram o ponto de vista dos funcionários.
O que fazer nessas situações? Difícil decidir.

Na minha história de vida posso dizer que já odiei dois empregos. Ódio mortal mesmo.
De dar dor de barriga, queda de cabelo, urticária, depressão, sudorese ... e um profundo mau humor ou apatia mesmo.
Hoje quando o tempo me permite avaliar de longe pelo o que passei posso tirar conclusões não tão alarmistas ... mas mesmo assim preocupantes.
Acho que quanto mais nos especialisamos ou obtemos conhecimento mais nos tornamos autocríticos e exigentes. Claro, a idade também ajuda. Por que eu não me lembro de odiar meus primeiros empregos, que também eram horríveis. Eram primeiros empregos, eu não tinha experiência nem postura profissional.

Meu primeiro emprego odiado não foi odiado desde o princípio.
Foi odiado por dois motivos: a postura do meu chefe e a postura de alguns colegas de trabalho.
Após subir de cargo por mérito próprio fui parar num setor com um chefe galinha metido a galã. Isso mesmo. Eu era carne nova no pedaço e ele achou que "tava" com tudo. Vendo que eu estava irredutível ele me negou meu aumento merecido achando que assim eu teria mais motivos pra cair no papo furado dele.
Ele fez coisas horríveis comigo. Tentou de tudo. Até me mandar ir trabalhar aos sábados, sozinha com ele, ele me mandou. Quando viu que nada aconteceria, desistiu. Mas começou a me humilhar. A me perseguir.
Sabe desses chefes grudentos que quando chegam de manhã gostam de dar três beijinhos em todas as mulheres? Vivia achando motivo para tocar a mulherada. Nem que fosse no ombro. Na cintura. Odeio isso.
Enfim, com um novo cargo mas salário baixo (diga-se de passagem salário mais baixo que o antigo cargo visto que no antigo eu ganhava comissão) eu me desmotivei muito.
O que terminou de me desmotivar foi quando chegou meu aniversário. Quando entrei na empresa havia acabado de fazer aniversário. E participava de todas as "vaquinhas", de todas as contribuições dos outros aniversariantes. No meu aniversário poucas foram as pessoas que ao menos se dirigiram até a minha mesa para me parabenizar. E eu juro que era ( continuo sendo) uma pessoa agradável. Isso foi a gota d'agua pra mim. Sabe quando você está pra baixo, carente e qualquer coisa magoa? Eu estava assim.
Alguém pode estar se perguntando - Por que essa criatura não reclamou com alguém sobre o chefe? Eu reclamei. Mas o que eles poderiam fazer por mim era me mudar de setor assim que uma vaga surgisse. Eu não consegui esperar. Se arrependimento matasse eu não teria aceitado a promoção.
Outra pergunta: -Se você era tão amável por quê as pessoas não te parabenizaram? Bem, é uma longa história. Quando fui promovida eu passei a fazer parte de uma equipe concorrente. E as antigas colegas ficaram ressabiadas. Assim como as novas.
Saí de lá. Superei. Não joguei m.... no ventilador não. Pedi pra sair com uma desculpinha esfarrapada. E saí na boa. A empresa era ótima. O problema era meu supervisor mesmo.

Meu segundo emprego odiado foi odiado desde a terceira semana. Pois é.
Eu precisava muito trabalhar. Havia mudado de cidade por conta do meu casamento. E poucas eram as pessoas que estavam a fim de contratar alguém de fora. Agarrei essa chance com unhas, dentes, braços e pernas.
Era uma empresa pequena, ao contrário da outra odiada.
Foi pelo motivo de não estar encontrando emprego que tive que permanecer na empresa longos 11 meses.
Meu patrão era um ser chucro, ignorante, recém endinheirado. Perceberam?
E ainda metido a galã (owww sina essa minha). Mas nunca deu em cima de mim não.
Mas era chucro e mal educado. O filho dele que cuidava antes de tudo era também chucro. Não sabia usar o Excell. Fazia os cálculos todos na mão, na calculadora. Qualquer coisa que eu fazia no pc era motivo de espanto para todos.
Sabe desses chucros endinheirados sem paciência? Sem cultura? Ele não entendia nada. E antes de pedir explicação começava a gritar. Era histérico. Isso me irritava sempre. Ele não acreditava que o Excell pudesse fazer as "continhas" das comissões todas certas, sem erro. E por isso me fazia calculá-las todas na calculadora, ao lado dele. Pois é! Pois é! Pois é!
E na elaboração de e-mails era pior ainda.  Ele gritava muito. Ele não aceitava haver mais de dois modos de se fazer as coisas. Tudo piorou quando ele comprou um Nextel. Ele não tinha coordenação motora para apertar o botão, falar pausadamente e SEM GRITAR. Tirar o dedo do botão e esperar minha resposta.
Eu cuidava da contabilidade da empresa e da casa dele. Era pra ligar no pet shop? Eu. Pedir gás? Eu. Pedir galão de água? Eu. Fazer a lista e a cotação do churrasco do filho dele? Eu. Fazer o dever de caso do filho dele? Eu. Ligar no salão marcar/desmarcar o horário da mulher dele? Eu.
Sabe quando o patrão acha que te pagar R$ 600,00 é muito? E olha que ele gastava quase isso com os dois cachorros dele. Quando eu entrei o combinado foi trabalhar de segunda à sexta e receber o dinheiro do transporte. No segundo mês ele já veio dizendo que estava ficando pesado pagar o meu transporte.
E tinha mais: terrorismo emocional. De todas as formas possíveis. Ele me mandou ir ao sábado na empresa várias vezes. Por quê? Pra não fazer nada. Só pra mostrar para os parentes dele que ele tinha uma funcionária gostosa e inteligente. E eu? Fico como? Com a faxina atrasada, é claro.
Bom, até que um dia (dia de eclipse solar e eu estava à flor da pele) ele veio com o terrorismo emocional dele. " ... Sabe Fada, muitas de nossas decisões não são decididas do dia pra noite. Elas são repensadas. Calculadas. Assim é com casamento, com emprego. Se teu marido pedir divórcio hoje não será uma decisão tomada ontem. Quer dizer que ele já vinha pensando nisso ... o mesmo acontece com tudo. ..."
Ele iria dar sequência. Quando eu disse: "Pois é Sandro. Falando em decisões pensandas e repensadas eu quero sair."
O homem ficou branco. E depois vermelho, de raiva. Pois acredito que ele não queria me mandar embora (funcionária boa, barata, pontual e de confiança, eu até cuidava da casa deles quando viajavam) ele só queria exercer o poder autorítário sobre mim.
A minha vingança veio mais tarde ... quando a moça que ele tinha escolhido pra me substituir começou a fazer pirraças. Ela chegou a sair pro almoço, voltar e sair logo em seguida (sem avisar, sem pedir permissão) para ir à manicure pois no sábado ela não teria tempo. Ela faltava horrores. Saia de tarde pra ir a padaria e demorava a vida toda. Quem me contou isso tudo foi a mulher do meu ex patrão.



O que aprendi com isso tudo?
Que HOJE eu não fico mais num emprego que não me respeite como ser humano.
Não aceito palavrões. Não aceito gritaria.
Ser pressionada, ser exigida, cobrada ... é uma coisa. Mas ser explorada, subjulgada ... isso eu não tolero mais.

Então o que fazer quando se odeia um emprego?
Verificar por quê se odeia o emprego. E o que se odeia no emprego.
Odeia o cargo? Odeia a empresa? Odeias seus colegas? Odeia seu chefe? Odeia seu patrão? Odeia trabalhar aos sábados? Odeia ser a mais cobrada? Odeia ser a que recebe menos?
Se perguntar: É passageiro ou permanente?
Depois tentar responder com sinceridade: Isso pode ser mudado? Como?
As vezes a saída é mudar de setor. De empresa. Infelizmente. 

terça-feira, 10 de maio de 2011

Entrando numa fria ... a Saga dos testes e dias perdidos.

É quinta-feira quase noitinha e você pensa  em se matar porque ninguém te ligou durante a semana oferecendo uma mísera entrevista, uma possibilidade de emprego.
Sexta-feira você acorda, são quase nove horas da manhã, toma uma chuveirada rápida.
Pensa num almoço para o marido e os filhos.
Enquanto lava as calçadas, já jogou aquela mistureba nos banheiros para amolecer a sujeira e ajudar na hora da faxina. Eis que te surge o som do aparelho celular. Uma chamada. Um número estranho. Um convite para uma entrevista naquela empresa com fachada bonita. São quase onze horas. E você precisa estar lá às duas horas. Para estar lá às duas horas você precisa pegar o ônibus  às 13 da tarde. Para pegar o ônibus às 13 horas você precisa ir tomar banho ao meio dia. Como percebe sua sexta-feira já era. Sua calçada já era. Seus banheiros já eram. O almoço de sua família já era.
Você chega na empresa dez minutos antes. E fica presa na burocracia da portaria. Pois “alguém” esqueceu de avisar o porteiro que estaria fazendo entrevistas. E até achar esse alguém pela empresa se vão quase 10 minutos. Até esse alguém resolver te atender você ficou de pé, do lado de fora da empresa. No sol. Transpirou. A escova já era. São quase quinze da tarde quando finalmente te liberam a entrar no santuário.
Uma empresa grande. Parece bem organizada. Você não sente dificuldade em achar a porta indicada. Passa pela telefonista e confirma a direção. Ela nem sequer repara em você. Esta mais preocupada com as encomendas da padaria para os departamentos administrativos (é quase hora do lanche da tarde).
Você chega a uma sala onde é abordada gentilmente por uma mulher de meia idade. Ela te indica outra sala, ao fundo. No caminho você nota que ela repara no tamanho do salto do seu sapato, na cor do seu esmalte, na sua calça, na sua camisa, no seu cabelo, nos seus adornos. E até da sua pobre bolsa. As duas se sentam. Ela pergunta se tem parente na empresa, se alguém de dentro da empresa te deu indicações sobre a vaga e tudo é anotado minuciosamente no seu currículo. Fuma? Tem filhos? Pretende ter mais? Tem carta de habilitação? Dirige? Tem carro? Moto? Disponibilidade para horas extras? Muitas perguntas corriqueiras. A mais difícil de responder hojr é aquela em que perguntam se você pretende dar continuidade aos estudos (faculdade, pós, mestrado, curso de línguas estrangeiras, ou qualquer outro), pois se disser que não, podem te achar acomodada. Se disser que sim, talvez não te contratem pois precisam de você em tempo integral. E alguém que estuda usa a “desculpa” que estuda para não fazer horas extras.
E a mulher de meia idade diz que você pode aguardar um telefonema. E se despede. Sem mais. Nem menos. São quase dezesseis horas. Você chega em casa e se depara com a casa toda bagunçada. Aquele cheiro de água sanitária vindo do banheiro. Está com fome. E frustrada. Já ´não sabe se continua a faxina ou deixa tudo pra sábado. Bem, ao menos os banheiros precisam de limpeza.

Parte II
Segunda-feira antes das nove horas ligam da empresa convocando para a segunda parte da entrevista. Quatorze horas na empresa. Você chega na portaria e se depara com mais sete pessoas. Todos candidatos à mesma vaga. Dessa vez houve atraso somente de dez minutos. Todos entram e são encaminhados à mesma sala. A responsável pelo DP entra. Apresenta-se finalmente. Dá uma breve do histórico da empresa, meta e afins. Finalmente diz a qual cargo estão concorrendo. Diz salário, carga horária, tarefas. E termina num “grand finale” – “E se isso não tiver dentro dos almejos de alguém aqui, por favor, pode se retirar”. Ninguém se retira. Mas todos percebem o descontentamento mútuo. A mala, quer dizer, a responsável pelo DP então diz que todos vão passar por testes simples. A média de idade dos candidatos gira em torno de 30 anos. Todos bem vestidos. A mulher então saca de uma bolsa vários papéis e canetas e os distribui. Quando você olha não acredita. É uma prova de português. Com direito a redação e tudo. Logo após ela passa uma folha de almaço. E diz que temos dois minutos para escrever tantas palavras que pudermos com a letra M ... (merda não vale). Na prova de português tem redação. Uma, para você descrever em 10 linhas seus defeitos e qualidades e como isso pode afetar a empresa (positivamente é claro). Outra, para você escrever o que sabe sobre a empresa (maldita internet! Por que não pensei nisso antes). Depois entrou o português em si. Grafia com x,z,s,ss, mal, mau, bom, bem, gírias, sinônimos, antônimos). E isso era quase dezesseis horas. Fim. Exaustão. E novamente nos ligariam no outro dia. Como de fato ligaram.

Parte III
E na correria lá vai você novamente estar às quatorze horas. E todas as oito pessoas com você. É terça-feira. É dia de prova de matemática. Você vê colchetes, divisões astronômicas, números primos, pares, inteiros, fracionados, conjuntos, números negativos, positivos. E você pensa – “Bombei”. E pensa mais: “Estaria eu tentando entrar para a Nasa?” E mais ainda: “Precisa de tudo isso para encarar um emprego de digitador de pedidos?”. Quarenta minutos depois um rapaz desiste e sai. Abandona a prova. Ou ele é louco ou é realista e corajoso.
E você se esforça para fazer tudo. São quatorze e vinte quando você entrega a prova.

Parte IV
É quarta-feira e você às onze horas recebe outra ligação te convocando para a terceira parte da entrevista. Você pensa “Nada mal”. E sai toda orgulhosa. E lá na portaria se depara com as seis pessoas (duas já não estão mais). Novamente você passa pela empresa e ruma direto à sala de sempre. A mulher de meia idade vem novamente com papéis e canetas que a fazem pensar que hoje seriam provas de química ou física. É um questionário sobre a inteligência emocional e outras “cositas mas”. Do tipo, se um colega seu faltar num dia super importante na empresa por motivos bobos você o dedaria? Você costuma questionar as ordens quem vêm de seus superiores? Quantas horas por dia você gasta com televisão? Quantos livros você leu no ano passado? Quais? Você tem animais de estimação? Quanto tempo você leva de carro de sua casa até a empresa? E de ônibus? Se você entrasse às oito horas na empresa a que horas você teria que acordar? Você concorda com a aquisição de uniforme de trabalho? Você tem tatuagem visível? Usa óculos? Lentes? Quantas horas costuma dormir por noite? Quanto tempo faz desde a sua última visita ao dentista? E ao médico? Como se vê são perguntas importantíssimas.
E assim é mais uma quarta-feira entediante. Só faltou o sofá e a Hebe ali.

Parte V
Na quinta-feira. Mesmo esquema. Lá está você. Nem sequer fazia noção de que roupa usar para impressionar. Pois já havia utilizado todas aquelas que te deixam com cara de profissional. Sem muita preocupação ou paciência com o cabelo. E lá foi a senhora de meia idade te “apresentar”  um computador. Isso mesmo. Em pleno ano de 2007 e ela ainda achava aquilo uma máquina misteriosa. Ela te convida a sentar e digitar um pequeno texto de sete linhas. Você teria que salvá-lo com seu próprio nome. É só isso? - Você pensa. É sim. Ela pede então que você desligue o computador. Para o próximo ligar. E ela te avalia com muita propriedade. Como se você estivesse despachando um foguete rumo à Lua.Você sai sem entender... Alguém questiona a mulher sobre os dias perdidos ali. Ela diz que aquele será o decisivo. Depois de todos terem sido testados na “maquina mortífera” são encaminhados a um outro setor da empresa. Entram todos numa sala, sentam ao redor de uma mesa redonda. A mulher de meia idade ali. Quando entra um senhor de uns cinquenta anos, com o cabelo bem penteado, perfume forte. Ele senta e pede que cada um se apresente pelo nome e idade. Ele então pega os currículos e vai fazendo uma rápida entrevista com todos ali. Bem assim. Todos frente a frente com todos. Faz perguntas que constrangem. Do tipo das que você respondeu no dia anterior. Como exemplo, se você respondeu que não costuma questionar ordens superiores, o que você faria no caso de seu chefe te pedir algo ilícito? Algo que prejudique a empresa ou outro colega? Quando ele fez isso com todos ele sai da sala. E você percebe o sorriso de satisfação no rosto da responsável pelo DP. Logo entra uma mulher. Ela se apresenta como a sua possível futura chefe. Ela segue a mesma linha do homem, mas é mais vagarosa. Ela estuda os candidatos nos mínimos detalhes. Temos ali um estudante de matemática, um processador de dados, um analista de sistemas, um ex diretor de vendas de uma empresa de colchão, uma estudante de economia, um estudante de admistração de empresas e você. A mulher diz sobre as qualidades ou habilidades que uma pessoa tem que ter para trabalhar com ela em seu setor. Fala sobre o trabalho. Fala de fins de semanas doados em favor da empresa, fala de ida ao banheiro, de conversas paralelas, de msn, orkut, atrasos, faltas, telefone celular. Todos ansiosos por aquela vaga. Já era questão de honra. Não era pelo salário nem pela vaga. Era honra mesmo. Sua moral e dignidade dependem daquela vaga.
Ela se despede e sai da sala. A responsável pelo DP com um sorriso maligno encerra por ali mesmo e diz que até a sexta-feira a tarde entra em contato.
Você sai de lá desolada. E fica reconstruindo a cena mil vezes. Você poderia ter dito mais isso. Não ter dito aquilo. Mas agora já foi.
E creio que o pior de tudo é a cobrança/torcida da família. Você gastou tempo e dinheiro (seja com gasolina, taxí ou ônibus). E depois de aguentar um interrogatório da vaga precisa aguentar um interrogatório em casa. E alguém ainda diz: - "Ah! Nem compensa isso. Um salário medíocre de 700,00? Eu fico em casa!"

E isso fica ecoando em sua mente ...

Malditas entrevistas de emprego.




domingo, 8 de maio de 2011

A sexta entrevista de emprego do mês!



  
A sua sexta entrevista este mês
É a sua sexta entrevista este mês, isso porque você negou outras quatro entrevistas encaminhadas pela agencia de empregos, que insistem em te empurrar para outras áreas nas quais você não tem vocação ou que você não quer (manobrista, vendedor de moveis, secretaria de uma escola de francês, operadora de caixa numa quitanda, etc.) 
É uma empresa na qual você nunca ouviu falar. Fica num prédio que você nunca percebeu numa rua na qual você raramente passa. A secretaria está ao celular, onde é obrigada a desligar e adiar as fofocas da balada passada para te atender. Você se anuncia, ela parece surpresa ao você mencionar “candidato ao emprego tal” ou que fulano de tal te ligou e marcou uma hora. E você aguarda em média 20 minutos (isso é relativo, mas a tendência é sempre demorar mais). Quando a secretaria recebe um telefonema que soa monossilábico “– Manda ele entrar”. Ela te passa umas instruções mais ou menos assim – Olha, você pega o corredor a sua frente, vira na primeira a esquerda continua reto, vira para a segunda a direita, vai reto, e é a ultima sala de porta verde. E você sai naquele labirinto. Onde quase todos te examinam e poucos sorriem a você. Se você tiver sorte e não se perder (talvez isso faça parte da entrevista) você logo virá um homem na porta verde te aguardando. Ele te olha da cabeça aos pés, te dá um aperto de mão mais fraco e rápido da história, ele adentra a sala e senta. Nesse momento você não sabe se deve se sentar ou aguardar o consentimento dele. Quando ele finalmente te orienta a sentar. Ele, estrategicamente confirma seu nome, pega seu currículo em mãos. Se ele for minimamente correto somente seu currículo estará sobre a mesa neste momento. Alguns entrevistadores gostam de intimidar deixando “despropositalmente” currículos de outros candidatos em cima da mesa.  Ele então confirma todos os dados que você digitou no papel (como se você pudesse negar algum fato – mentira, por uma crise momentânea de honestidade súbita). Ele questiona algumas funções que você já exerceu. Logo se nota que ele não é do Departamento Pessoal. Ele faz perguntas diretas. Perguntas sobre as atividades. Ele é homem e não repara na sua mão, na sua camisa e se seu cinto combina com os sapatos. Nessa parte é mais fácil. Por que mulher sempre tem uma richa interna e até inconsciente com outras mulheres.  É uma prova menos a se encarar. Sempre a pergunta sobre a pretensão salarial. Nesse momento você fica em dúvida. Se jogar alto você pode perder a vaga, se jogar baixo, pode perder aqueles 200, 300, 400, 800 reais a mais que poderia receber. Bem, mas veja o lado bom. Se você passar nessa entrevista poderá ter a sorte de nem ter que encarar uma dinâmica no DP.
E quando o assunto termina você ouve que irão analisar melhor o seu currículo (mentira! Eles vão analisar você a partir deste momento) e qualquer coisa ligarão para você.  Ou não.

sábado, 7 de maio de 2011

Onde tudo começa ...

Já reparou que o dia das entrevistas sempre bate com aqueles dias em que você já programou para dar aquela geral na casa, ir à manicure, lavar o carro, visitar sua tia distante, fazer aquela revisão médica ou simplesmente encarar 4 ou 5 horas no “postinho” do bairro ?
E muitas vezes a empresa marca a entrevista para daqui a duas, três, quatro horas, sem se importar em saber ou não se você mora longe, mora perto, tem carro ou ônibus a disposição. E você sabe que se arrumar empecilho, nem entrevista tem mais. E se tiver, já está eliminado. Sem choro nem vela.
Entrevistas se dão nesses dias em que as mulheres estão sem escova (pois fica difícil manter cabelo escovado e unhas bem feitas em casa no serviço doméstico) os fios estão rebeldes, você esqueceu de lixar as unhas, esqueceu de tirar o buço. Dias chuvosos, dias em que a programação vespertina está boa, dias em que você queria ficar até mais tarde na cama, dias em que você está com diarréia, dias em que você está com gripe ou dias em que você esta com aquela virose (real ou não, pode ser apenas preguicite aguda).
Dias em que não tem ninguém para ficar com seus filhos, dias em que você não tem uma roupa limpa adequada para a entrevista.
É assim. E você tem que decidir de repente. Mas você já esperava por tudo isso. É assim mesmo. É a lei de Murph. Se pode dar errado, dará errado. E você que já passou por isso tantas vezes... Olha para o céu e pede proteção contra mais um diretor estressado, aquela responsável pelo D.P. (o certo seria deprê), aquela secretaria com ar de superioridade que vive de mau humor, pois trabalha na empresa há quase três anos e ainda não foi promovida. E ainda tem o risco de se deparar com olhares dos seus futuros colegas de trabalho te examinando, estudando e ... pode ser que jogando uma “praga”. Sim, por que pode ser que um deles te veja como um concorrente que quer a vaga dele. Pode até ser verdade, mas neste momento nem você nem ele sabem dessa hipótese.
Pois bem, você já se arrumou e rumou direto ao encontro.