quarta-feira, 1 de junho de 2011

Empresa com vários patrões. Minha experiência.

Numa empresa onde trabalhei era: a mãe e os dois filhos. Todos patrões.
Nenhum dos filhos questionava a Mãe. Seja na frente dos funcionários seja longe deles. Como sabíamos disso? Oras, observando. As ordens que prevalesciam eram sempre da Mãe. Estando certas ou erradas. A Mãe era um tipo de mulher forte, batalhadora, dominadora. Muito inteligente. Mas que pouco sabia da dinâmica da empresa  e dos  assuntos internos. E por isso “palpitava” muitas vezes erroneamente. Leia palpitar como ordenar. E não tinha educação nenhuma. Ela era capaz de encontrar com um funcionário no domingo a tarde passeando com a família no shopping e dar bronca, exigir algo ... E fez isso algumas vezes.
Certa vez acabei discutindo com a mulher que era chefe do setor de qualidade. E ela foi reclamar com a Mãe. A Mãe me proibiu de pisar neste setor. Feito. Pra mim era uma tarefa, um fardo a menos. E ambos os lados ficaram satisfeitos. Mas numa necessidade a tal mulher do setor precisou de alguém que a ajudasse a verificar no sistema um código de uma peça (a nossa briga era exatamente essa, a tal mulher queria aprender a fazer essa função mas não tinha nem conhecimento básico de informática) enfim ... e chamou o rapaz da informática ... o Filho 1 vendo o ocorrido veio até minha sala "p. da vida" exigindo minha presença no setor. Quando disse-lhe que a Mãe havia me proibido de ir lá, ele disse: “Ahhh, dane-se, vai lá, o que não pode é ficar fazendo o rapaz da informática perder tempo ensinando a mulher a mexer no sistema ... Desce lá agora e resolve.” E fui. A mulher torceu o nariz. Mas não tinha o que fazer. Era me aguentar ou ficar parada. Estava quase terminando de arrumar as coisas quando a Mãe me vê lá. E gritando do meio da produção diz: “Eu não te dei uma ordem? O que você tá fazendo ai?” A mulher do setor até tentou falar em minha defesa mas a Mãe já tinha latido impropérios. Era sempre assim. Deixei as coisas como estavam e saí de lá. Antes de ... processá-la.
Uma colega de trabalho foi demitida por de falta de diálogo entre os donos. O Filho 1 havia ordenado que fosse confeccionado aventais e que esses fossem estampados com a marca da empresa. Seria distribuído como brinde no final do ano. E assim a colega fez.
Era ela que liberava todos os trâmites. Ordem dada, ela liberou. Eu digitei o pedido e a ordem de produção foi feita. Puxei a lista de clientes como solicitado pelo próprio Filho 1 e escolhi os melhores clientes.
Quando os aventais ficaram prontos, apenas esperando pra serem despachados a Mãe os vê numa caixa. Fica irada, possessa. Convoca uma reunião. Estavamos lá em umas 30 pessoas. E ela pergunta quem foi responsável por aquilo. Ué, o filho dela. Oras bolas. Quem mais teria essa ideia de jegue??  Alguém disse : “Filho 1 liberou ...” mas foi cortado por um berro. Como ela não podia demitir o filho, ela botou a culpa na pobre da colega. A colega era a culpada. Por quê ela não ligou e não avisou a Mãe? Onde já se viu gastar tecido com aquilo. O Filho 1 e o Filho 2 chegaram no final da reunião, quando a colega já havia sido demitida. Eles saíram cabisbaixos e sumiram. Claro né, pra evitar alguma bronca. A colega foi demitida, talvez não por ter acatado a ordem do Filho 1 que era afinal de contas, seu patrão também. Mas por ter dito verdades à Mãe. Como por exemplo estar cansada de ficar ponderando ordens de todos. Se as ordens que deveriam ser seguidas era só da Mãe ela mesma que as desse. Como a colega poderia adivinhar que essa ideia dos aventais seria considerada idiota e brega pela Mãe???



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